A tradicional figura do olheiro faz parte do imaginário do futebol brasileiro, mas é remodelada pouco a pouco. A chegada de fundos de investimento como Traffic, Sonda e muitos outros, além da natural evolução do esporte, exige outro perfil de profissional que cada vez mais é absorvido pelo mercado.
Do ex-jogador barrigudo, com boné na beira do gramado, a demanda agora busca gente capaz de assistir vários DVDs, preparar relatórios, viajar para acompanhar torneios até internacionais e observar diferentes aspectos além do que o jogador faz com a bola no pé. O objetivo desses critérios é fazer boas descobertas para aquisição e, claro, reduzir o risco no investimento.
"Somos diferentes de um clube, temos procedimento de empresa. Por causa desse trabalho que fazemos, estamos acertando dentro do programado. Erramos um ou dois jogadores de cada 20 que a gente compra", afirma Júlio Mariz, presidente da Traffic. O fundo de investimento que cede jogadores ao Palmeiras, por exemplo, tem um time fixo de cinco profissionais que trabalham, em período integral, observando atletas, além de uma rede de colaboradores.
Essa equipe funciona da seguinte forma: se dividem em um número de clubes e procuram os atletas que se encaixam no perfil para investimento - jovens de até 23 anos. A partir disso, quando há um atleta interessante, o procedimento é assistir a um DVD editado, seguido por jogos completos sem cortes. O observador em ação ainda vai ver o jogador in loco e traça um perfil detalhado.
Aspectos psicológicos, evolução física e situação contratual formam o tripé básico. "Procuramos saber como é o jogador fora de campo, não se admite mais o perfil de boleiro. Precisa ser atleta", explica Júlio Mariz, um dos observadores que compõem a rede liderada pelo ex-treinador Darío Pereyra na Traffic.
"Hoje em dia, por mercado, acabamos até vendo a ascendência comunitária, pois facilita negociação com o exterior", explica o observador técnico Ricardo Crivelli, que hoje empresta sua experiência ao profissional do Santos.
Essa complexidade de fatores requer uma melhor capacitação, sobretudo do ponto de vista técnico e mesmo cultural. "Os profissionais eram pessoas que, pelo fato de conviverem no futebol, se achavam competentes. Você precisa do conhecimento científico para uma análise mais coerente, com base em parte física, no perfil do jogador, no mercado a ser alcançado por ele", opina Jean Neto, que participa da observação de atletas do DIS, grupo ligado ao Sonda.
Como em qualquer mercado novo, a quantidade de profissionais aptos a exercerem a função ainda é pequena e o sucesso financeiro de empresas como Sonda deve criar espaço para novas oportunidades. "Os fundos abriram portas, mas ainda falta muito para a gente ter uma quantidade de profissionais", avalia Tarcísio. Sinal de que o olheiro vive um processo de mutação no futebol brasileiro.
Fonte: www.terra.com.br
Do ex-jogador barrigudo, com boné na beira do gramado, a demanda agora busca gente capaz de assistir vários DVDs, preparar relatórios, viajar para acompanhar torneios até internacionais e observar diferentes aspectos além do que o jogador faz com a bola no pé. O objetivo desses critérios é fazer boas descobertas para aquisição e, claro, reduzir o risco no investimento.
"Somos diferentes de um clube, temos procedimento de empresa. Por causa desse trabalho que fazemos, estamos acertando dentro do programado. Erramos um ou dois jogadores de cada 20 que a gente compra", afirma Júlio Mariz, presidente da Traffic. O fundo de investimento que cede jogadores ao Palmeiras, por exemplo, tem um time fixo de cinco profissionais que trabalham, em período integral, observando atletas, além de uma rede de colaboradores.
Essa equipe funciona da seguinte forma: se dividem em um número de clubes e procuram os atletas que se encaixam no perfil para investimento - jovens de até 23 anos. A partir disso, quando há um atleta interessante, o procedimento é assistir a um DVD editado, seguido por jogos completos sem cortes. O observador em ação ainda vai ver o jogador in loco e traça um perfil detalhado.
Aspectos psicológicos, evolução física e situação contratual formam o tripé básico. "Procuramos saber como é o jogador fora de campo, não se admite mais o perfil de boleiro. Precisa ser atleta", explica Júlio Mariz, um dos observadores que compõem a rede liderada pelo ex-treinador Darío Pereyra na Traffic.
"Hoje em dia, por mercado, acabamos até vendo a ascendência comunitária, pois facilita negociação com o exterior", explica o observador técnico Ricardo Crivelli, que hoje empresta sua experiência ao profissional do Santos.
Essa complexidade de fatores requer uma melhor capacitação, sobretudo do ponto de vista técnico e mesmo cultural. "Os profissionais eram pessoas que, pelo fato de conviverem no futebol, se achavam competentes. Você precisa do conhecimento científico para uma análise mais coerente, com base em parte física, no perfil do jogador, no mercado a ser alcançado por ele", opina Jean Neto, que participa da observação de atletas do DIS, grupo ligado ao Sonda.
Como em qualquer mercado novo, a quantidade de profissionais aptos a exercerem a função ainda é pequena e o sucesso financeiro de empresas como Sonda deve criar espaço para novas oportunidades. "Os fundos abriram portas, mas ainda falta muito para a gente ter uma quantidade de profissionais", avalia Tarcísio. Sinal de que o olheiro vive um processo de mutação no futebol brasileiro.
Fonte: www.terra.com.br
Um comentário:
Bacana esse artigo, gostei. Afinal hoje em dia cada vez mais pessoas estão tomando coragem para optar por fundos de investimentos também, natural que seja assim no esporte também.
Abraços !
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