terça-feira, 5 de julho de 2011

CONHECENDO SEU ATLETA

Essa é a primeira publicação que fazemos em parceria, é um texto que foi elaborado depois de algumas conversas e discussões. Esperamos compartilhar o nosso ponto de vista com os outros membros e visitantes do Blog Ciência do Esporte. (Ivan e Felipe)

Com a evolução da Ciência do Treinamento Esportivo, estamos cada vez mais ligados a calendário, planejamento e periodização. Baseando-nos em conceitos bem estabelecidos na literatura, diversos princípios do treinamento são abordados visando um objetivo em comum: a melhora de rendimento esportivo.

O assunto que abordamos nesse texto vem, justamente, alertar os profissionais do esporte os quais focam suas atenções exacerbadamente nas teorias e conceitos do treinamento esportivo e esquecem um precioso detalhe: gestão de pessoas.

O fato preocupante é que nem sempre o treinador ou preparador físico tem tempo ou capacidade para traçar o perfil do seu atleta, podendo assim, comprometer o rendimento. É sobre esse fator que pretendemos alertar os profissionais sobre a importância de conhecer o seu atleta e que por meio do diálogo e atos de cumplicidade, pode-se render bons resultados.

Alguns conceitos básicos da sociologia e psicologia nos permitem identificar traços e comportamentos dos atletas, auxiliando no entendimento de suas características peculiares e proporcionando uma melhor relação interpessoal e profissional. Dar abertura ao atleta de forma reservada, utilizando o diálogo, o ajuda a entender suas ações e comportamentos dentro e fora de campo. Podemos citar aqui muitos exemplos de atletas descontentes ou que apresentam respostas negativas a gritos ou pressão. E nem sempre a avaliação física ou fisiológica traz essa resposta ao treinador, o que poderia ser eficazmente identificado por um profissional de psicologia, filtrando informações e se antecipando a acontecimentos negativos esperados.

Treinadores renomados são conhecidos, quase em sua totalidade, por ter domínio sobre o grupo (elenco), sobre suas lideranças, mesmo havendo aquele “atleta problema” capaz de desencadear intrigas entre seus companheiros. A diferença reside na capacidade que estes treinadores possuem de entendê-los, sabendo o momento de cobrar, elogiar e punir, estreitando laços com os atletas e minimizando os problemas, principalmente de ordem disciplinar.

A sugestão é bem clara: buscar conhecer o indivíduo com quem trabalha, priorizar o diálogo e, principalmente em esportes coletivos, estar atento a tudo o que acontece ao seu redor. Atenção redobrada nas categorias de base nas quais o jovem atleta muda rapidamente de opinião e sofre constante influência dos colegas.

2 comentários:

Rodrigo Inácio Cenzi disse...

Concordo. Tive alguma dificuldade na gestão das minhas atletas no ano passado quando fui técnico da equipe adulta de voleibol de Martorell na Espanha. Um pouco pela dificuldade com o idioma e também pelas diferenças culturais. Não compreendia como "atuavam" estas jogadoras, os primeiros meses foram bem difíceis e em vários jogos tive que lidar com atletas chorando no banco de reservas, pois acreditavam que não iriam jogar naquela partida (e algumas realmente não iriam), mas assim que passei a me comunicar melhor, a entendê-las melhor e elas a mim, tudo fluiu com mais tranquilidade e os conflitos desnecessários não ocorreram mais.

Já com a equipe juvenil a temporada foi um "pouco" mais conturbada, assumo que até hoje não entendo o relacionamento que tive com algumas... Rs. E tinha um agravante: Os pais!
Esses me deram mais trabalho que as jogadoras. Mas esse é assunto para outro post... rs.

Unknown disse...

O pais!!!!!!
Um grande problema quando treina-se atletas jovens.
Sugiro um post sobre um assunto e uma discussão com alguém de outra área (psicologia, por exemplo).

Muito bom o texto!