Atualmente, a fisiologia do exercício possui papel preponderante na organização e periodização do processo de treino das diversas modalidades esportivas. A identificação de índices fisiológicos que possam ser utilizados para a predição da performance tem grande aplicação dentro da área de avaliação e do treinamento esportivo.
No atletismo, principalmente nas provas de predominância aeróbia, os testes de consumo máximo de oxigênio (VO2máx), limiar ventilatório, limiar de lactato e, mais recentemente, o teste de economia de corrida são os mais utilizados para predição da performance aeróbia durante a corrida. A economia de corrida (EC) tem ganhado grande destaque por melhor predizer a performance de corredores de elite que possuem VO2máx semelhantes (SAUNDERS et al., 2004).
A EC é definida como a demanda energética para uma dada velocidade submáxima de corrida, determinada pela mensuração do consumo de oxigênio (VO2) em steady-state e razão de troca respiratória (SAUNDERS et al., 2004). De maneira simplificada, Turner, Owings e Schwanel (2003) relatam que melhor economia de corrida se refere a correr grandes distâncias sobre determinado volume de oxigênio ou consumir menos oxigênio enquanto se corre determinada distância. Dessa forma, melhor EC (menor VO2 para determinada velocidade de corrida) pode ser vantajosa, principalmente em provas de endurance, pois permitirá menor utilização fracional do VO2máx, para qualquer intensidade submáxima de exercício (GUGLIELMO; GRECO; DENADAI, 2005).
Diversos estudos têm verificado a influência e relação de aspectos fisiológicos, biomecânicos e ambientais sobre a economia de corrida como calor, potência aeróbia, flexibilidade, altitude, força muscular, dentre outros (SAUNDERS et al., 2004). No entanto, para área de treinamento desportivo é essencial a análise de estudos que apontem direções e metodologias de treinamento que comprovadamente possam melhorar a economia de corrida, auxiliando treinadores na elaboração da periodização de treinamento. Esta reflexão é justificada, uma vez que intervenções no treinamento que possam diminuir a demanda de oxigênio em diversas velocidades resultaria em otimização do desempenho (WESTON; MBAMBO; MYBURGH, 1999).
Referências Bibliográficas:
SAUNDERS, P. U. et al. Factors affecting running economy in trained distance runners. Sports Medicine. 2004. 34(7): 465-485.
GUGLIELMO, L. G. A.; GRECO, C. C.; DENADAI, B. S. Relação da potência aeróbia máxima e da força muscular com a economia de corrida em atletas de endurance. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. 2005. 11(1): 53-56.
TURNER, A. M.; OWINGS, M.; SHWANE, J. A. Improvement in running economy after 6 weeks of plyometric training. Journal of Strength and Conditioning Research. 17: 60-67.
WESTON, A.; MBAMBO, Z.; MYBURGH, K. Running economy of african and caucasian distance runners. Medicine and Science in Sports & Exercise. 2000. 32(6): 1130-1134.
6 comentários:
Boa Felipão, Vamos reativar o blog da melhor forma, com conhecimentos científicos atuais!
Valeu!
hsa.. to ligado nesses conceitos. hahahahaha
Boa Felipão, voce desde a graduação ja se interessava por esse assunto, muito bom....é isso ae!
Olá! Ótimo artigo com certeza todos os meios que possam auxiliar atletas e treinadores a otimizar a autonomia na corrida são muito bem vindos.
Parabéns!
Boa Felipão!
Muito bom artigo, posta logo a segunda parte que gostei muito do assunto, quero mais!
Você está trabalhando em algum grupo de corrida?
Excelente!
Obrigado pelos comentários!
Atualmente, não trabalho com equipe de corrida, mas quando estava em São Paulo estava envolvido com treinamentos de corredores.
Abraços!
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